16 agosto 2013

HÁ PRECISAMENTE CINQUENTA ANOS

O destaque da capa da edição da revista LIFE de 16 de Agosto de 1963 ia para uma fotografia de uma janela de hospital, que aparecia como sendo a ilustração da curiosidade de uma nação compassiva. É a referência ao bebé Kennedy que nos conduz para o episódio que a justificava e que hoje poucos lembrarão porque não constituirá sequer uma nota de rodapé da História: a morte com apenas dois dias de um filho nascido prematuro de Jacqueline e John Kennedy e a quem foi dado o nome de Patrick. Observado com todo este distanciamento, duas conclusões interessantes se podem extrair do episódio. Que não são apenas os paparazzi que se mostram implacáveis na cobertura de incidentes de natureza pessoal; aparentando pudor, o excelente aparelho mediático que então geria a imagem de John Kennedy não hesitou em capitalizar este em simpatia da opinião pública para com o presidente. Quanto será sempre um exercício útil perguntarmo-nos metodicamente se as importantes notícias que costumam ser o destaque da semana não são de facto notícias perfeitamente inúteis.

Esta noite no Pontal, o aparelho que rodeia Pedro Passos Coelho pô-lo-á a dizer não importa o quê para evitar que a sua imagem se degrade e aquilo que ele ali disser, apesar de naturalmente vir a produzir cabeçalhos, dificilmente terá repercussões no nosso futuro. Muito me surpreenderá se acontecer diferente...

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