27 agosto 2013

OS MIGS DE QUE FIDEL CASTRO AINDA NÃO DISPUNHA

O destaque da imprensa tablóide britânica (aqui representada pelo Daily Mail) deste dia 19 de Abril de 1961 ia inteirinho para a invasão da Baía dos Porcos e para a má sorte da operação montada pela CIA para desalojar o recém-instalado regime castrista. Não é difícil perceber para onde pendem as simpatias do jornal enquanto descreve os rebeldes cubanos sob o ataque dos aviões MiG fornecidos pelos soviéticos. Está errado, mas uma notícia com um erro destes, mesmo crasso, não mereceria destaque ao fim de 50 anos não fosse a ironia que se esconde por detrás do título associado ao jornal: a maioria dos aviões que estavam a atacar os rebeldes (tendo inclusive afundado um dos navios de transporte) não eram MiGs mas sim Sea Furies… fornecidos pelos britânicos. Se por essa época o regime cubano já assumira uma trajectória que o conduziria à dependência total da União Soviética, isso ainda não transparecia significativamente no armamento, ainda maioritariamente de origem ocidental, como se pode constatar pela arma da sentinela que abaixo guarda os prisioneiros daquela mesma invasão, uma FN FAL de origem belga, e ainda não a omnipresente AK-47.

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